Escola, professor e aluno… De onde viemos e para onde vamos?

Em inúmeras culturas ao redor do mundo, há poucas coisas que se repetem, como uma ordem natural; a concepção de escola é uma delas. Em grande parte das salas de aula do mundo, por mais diversas que sejam, há quase sempre um professor e um (ou vários) aluno(s). A relação entre ambos é mútua: um existe porque o outro existe e a existência de um afeta a existência do outro.

O conceito de escola surgiu na Antiguidade Clássica, apesar de apresentar grandes diferenças do que hoje entendemos como ensino. Na Grécia Antiga, o acesso ao estudo não era um direito de todas as crianças: as mulheres eram educadas até, no máximo, os sete anos e os meninos eram educados até os 14 anos. No entanto, esse acesso dependia do poder aquisitivo dos pais, portanto era distribuído de maneira desigual e privilegiada.

Ainda na Grécia Antiga, berço dos estudos filosóficos, surge o termo que dará origem à palavra pedagogia, que designa a ciência que estuda a educação, o processo de ensino e de aprendizagem. Paidagogos, a palavra original em grego antigo, era o nome dado aos escravos que conduziam as crianças à escola. Alumnus, a palavra que nos daria aluno, vem do latim clássico e nomeava aqueles que estavam sob instrução de um ou vários professores. Em latim, a palavra significava “criança de peito”, ou seja, alguém imaturo, que precisa ser alimentado por uma pessoa responsável, além de necessitar de cuidados durante a sua formação.

Com o desenvolvimento da filosofia grega, começou a se pensar de maneira crítica sobre o ensino e a importância dele para o desenvolvimento do cidadão. As áreas da ciência que temos hoje, exatas, humanas e biológicas, foram também influenciadas pelas áreas de conhecimento deste período histórico. Neste momento, a imagem do professor torna-se extremamente forte para a construção da sociedade desejada.

As escolas se desenvolveram a partir de diferentes maneiras pelo mundo. No Brasil, em 15 de outubro de 1827, foi aprovada pela Assembleia Legislativa a primeira lei sobre educação pública no Império. Nela, instaurava-se o ensino elementar no Brasil. Por este decreto, ficou decidido que todas as cidades e lugares do Brasil deveriam ter um espaço escolar, além de como este deveria funcionar. Apesar de ser muito inovadora esta proposta, a realidade do Brasil Império era muito adversa e houve grande dificuldade em sua aplicação. A partir de então, apesar dos desafios encontrados, começaram a surgir as primeiras políticas para formalização do ensino e também da formação dos professores.

Devido à importância deste momento, em 1947, a data foi escolhida para prestar uma homenagem aos professores em uma escola de São Paulo. A comemoração foi muito aceita e obteve muito sucesso, sendo disseminada e transformada em uma data nacional oficial em 14 de outubro de 1963, por meio de um Decreto Federal. Em outros países, são diferentes datas utilizadas para homenagear a imagem do professor. A UNESCO, em 1994, propõe a data de 5 de outubro como o Dia Internacional do Professor.

Atualmente, este dia é propício para a reflexão sobre a importância deste profissional dentro da sociedade, como um agente da construção coletiva da convivência social e parte da formação de crianças e jovens enquanto cidadãos. No Brasil, a profissão ainda é altamente desvalorizada e pouco se discute sobre formação de professores e condições de trabalho que sejam propícias para o desenvolvimento de um processo de ensino-aprendizagem eficiente e inclusivo.