A soda, quem diria, história da humanidade
A produção de carbonato de sódio revolucionou a indústria química, pois impulsionou a produção dos ácidos sulfúrico e nítrico, do cloro, do vidro e do sabão.
A palavra soda foi utilizada pela primeira vez nos manuscritos do alquimista alemão Geber, nos séculos XIV-XV, para designar o produto da lixiviação de cinzas.
Na verdade, a soda é uma substância química das mais antigas. Os egípcios utilizavam uma mistura de sais composta de 4% de Na2CO3 e 25% de NaHCO3 na produção de vidro, sabões e nos banhos branqueadores.
O aproveitamento, a obtenção da soda começou no século XVIII por cinzas vegetais. As cinzas das plantas são formadas essencialmente por carbonatos de potássio. Em regiões litorâneas, salinas, as plantas incluem cloreto de sódio no seu metabolismo. Ou seja, em se queimando as plantas dessas regiões, suas cinzas apresentam uma maior concentração de soda. Os concentrados de soda assim obtidos recebiam diferentes denominações dependendo da concentração de Na2CO3: "Varec" da Normandia (3 - 8%), "Kelp" da Escócia (10 - 15%) e a "barrilha" da Espanha, com 25 a 30% do sal.
Uma das primeiras ideias foi a transformação de sal de cozinha com ácido sulfúrico, em sulfato de sódio incandescido por carvão e ferro metálico. O que aconteceria seria a queima de NaSO4 com carvão eliminando SO2 gasoso. Mas o processo era pouco eficiente.
Um processo posterior, proposto por um francês chamado Le Blanc, sugeriu a redução do sal de Glauber com carvão, desenvolvendo o primeiro método viável para a produção industrial.
De fato, em 1790 Le Blanc, junto com o Duque de Orleans, fundou a primeira fábrica de soda, com uma produtividade de 250 - 300 Kg/dia. No entanto, em 1793 o duque foi condenado à morte e a fábrica fechada.
Pobre e desesperado, tendo que viver num asilo de pobres, Le Blanc suicidou-se em 1806. Mas seu processo foi utilizado com exclusividade até 1870.