Estrutura e dinâmica dos planetas do Sistema Solar
O Sistema Solar é formado por diversos corpos celestes. Destes, foram descobertos até agora oito planetas (o 9o planeta que era Plutão agora não é mais considerado um planeta), centenas de satélites, inúmeros asteroides, vários cometas e uma única estrela, o Sol, que ocupa a posição central do nosso sistema planetário, ao redor da qual todos os outros corpos se movimentam.
Alguns desses astros, entre eles os planetas, alguns satélites e o Sol, apareceram no Universo ao mesmo tempo, há bilhões de anos atrás, dando origem ao sistema solar, que hoje em dia apesar de bem conhecido ainda nos reserva inúmeros mistérios.
Durante a formação desse sistema planetário, cada um desses planetas ocupou uma posição específica no espaço, a distâncias diferentes do Sol (a principal fonte de energia de todos esses astros), o que lhes rendeu características físico-químicas muito diferentes.
Composição química e estado físico das camadas que compõem a estrutura interna do planeta, temperatura, pressão atmosférica, massa, tamanho, campo magnético, força gravitacional, essas são algumas das características afetadas pela posição dos planetas em relação ao Sol.
Mesmo sendo tão diferentes, os planetas apresentam algumas semelhanças. Estas deram suporte para a sua classificação em duas categorias: rochosos (ou terrestres) e gasosos (ou jovianos).
Em geral, os planetas rochosos se localizam mais próximos do Sol, são menores, possuem uma massa também menor (quando comparada aos jovianos), uma densidade grande, apresentando poucos ou nenhum satélite e são formados por rochas e metais pesados (silicatos, óxidos, níquel e ferro). São eles: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte.
Já os planetas gasosos se localizam a distâncias maiores do Sol, são grandes em tamanho e em massa, possuem uma densidade pequena, apresentam inúmeros satélites e são formados por elementos químicos leves (Hidrogênio, Hélio, gás carbônico, água, metano e amônia) quase não havendo componentes sólidos na sua estrutura interna (por isso são chamados de gasosos). São eles: Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
Observando as camadas que formam a estrutura interna desses planetas, conseguiríamos perceber com facilidade essas diferenças marcantes entre os planetas rochosos e gasosos. Dê só uma olhada na figura ao lado. A maioria das camadas dos planetas rochosos é sólida, no máximo pastosa e a atmosfera possui uma extensão pequena quando comparada com a extensão das outras camadas. O oposto acontece com os planetas gasosos; a atmosfera é a camada de maior extensão e a maior parte da estrutura desses planetas é gasosa, no máximo líquida.
Uma das razões para essas diferenças tão gritantes na estrutura interna desses planetas é a diferença na sua composição química. Os elementos químicos possuem diferentes temperaturas limites para que ocorram mudanças de estados físicos (sólido, líquido e gasoso). Os elementos que formam os planetas gasosos possuem pontos de liquefação e solidificação muito baixos, assim, mesmo nas baixíssimas temperaturas desses planetas, continuam no estado gasoso. O contrário acontece com os elementos químicos que compõe os planetas rochosos.
Agora vamos falar sobre Plutão, que até pouco tempo atrás fazia parte do nosso sistema planetário. Hoje não é mais considerado um planeta.
Plutão é o corpo mais distante do Sol. Ele é tão diferente dos demais que não pode ser classificado em nenhuma das categorias acima.
É o corpo mais frio de todo o Sistema Solar. Suas características ainda não estão bem definidas, já que para chegar até Plutão é necessário enfrentar a viagem muitíssimo longa.
Segundo o modelo proposto, Plutão tem um núcleo rochoso de silicatos, sobre o qual existiria um manto de gelo e material orgânico, e uma superfície recoberta de água, metano, nitrogênio e óxido de carbono, todos congelados.
Como já era de se esperar, quanto mais distante do Sol, mais frio será o planeta. Só para termos uma ideia da diferença de temperatura entre eles, dê uma espiada na tabela acima.
Além de todas essas diferenças físico-químicas, existem diferenças também na dinâmica desses planetas. Os movimentos de rotação e translação, em parte influenciados pelas características citadas acima, possuem durações diferentes das observadas para o planeta Terra. Muitas vezes, além das diferenças na duração desses movimentos, a trajetória descrita por esses planetas também é diferente.
Imagine se fosse possível um ser humano morar em Plutão. Ele não viveria tempo suficiente para dar uma volta completa em torno do Sol (movimento de translação), já que este planeta demora 248 anos para completar essa trajetória!!
No entanto, se este mesmo ser humano pudesse viver em Mercúrio, daria 4 vezes mais voltas ao redor do Sol do que nós aqui na Terra (Na Terra demoramos cerca de 365 dias para completar uma volta ao redor do Sol.) Em Mercúrio, o movimento de translação demora aproximadamente 88 dias.
Agora, com relação a duração dos dias e das noites, as diferenças também são muito interessantes!!
Enquanto Júpiter, o maior planeta do sistema solar, demora apenas 9 horas e 50 minutos para dar uma volta ao redor de si mesmo, Plutão, o menor planeta do sistema solar, demora 6 dias e 9 horas para completar essa mesma trajetória (Lembre-se, aqui na Terra o movimento de rotação demora 24 horas).
Essas diferenças são interessantes, não é mesmo?
Agora, sabendo de tudo isso, você seria capaz de imaginar a nossa existência em algum outro planeta que não fosse a Terra?
Vênus e Marte são os mais parecidos, mas você já pensou um dia com duração de 243 dias terrestres, ou ainda o ano com duração de 687 dias terrestres! O nosso calendário iria ser completamente diferente.
Imagine se algum dia tivermos que abandonar o nosso planeta e ir para algum outro do sistema solar. Que bagunça seria, não é mesmo!! Como é que contaríamos os aniversários? É melhor nem pensar nessa possibilidade.
O melhor que temos a fazer é pensar, desde já, em cuidar melhor do nosso planeta, porque senão mudanças interplanetárias no futuro tornar-se-ão muito frequentes!!