Reservas energéticas

Além do tecido adiposo, há outras reservas energéticas em nosso organismo. O ATP é a nossa moeda energética. É o ATP que fornece a energia para a maioria das reações necessárias para a manutenção da vida e para todas as reações envolvidas na contração muscular. Nossos músculos têm um estoque limitado de ATP, que é suficiente para pouquíssimos segundos de contração muscular. À medida que esse estoque muscular de ATP diminui e a contração se mantém, o corpo precisa se adaptar e formar novos ATPs. Quando um ATP é utilizado para fornecer energia para uma reação, ele libera um íon fosfato e se torna um ADP. Para que esse ADP volte a fornecer energia, é necessário ligar um novo íon fosfato à molécula. Isso pode ser feito de diversas formas e a partir de diversos substratos armazenados no organismo.

Os substratos que fornecem energia mais rapidamente para o processo de contração muscular são a fosfocreatina e o glicogênio. Eles são responsáveis pela energia utilizada em estímulos curtos e intensos, como uma prova de revezamento na natação!

Os substratos energéticos se diferem basicamente pela quantidade de reações envolvidas no processo de ressíntese de ATP e pela quantidade de ATPs fornecida por uma molécula do substrato. Quanto mais rápido o processo de ressíntese de ATP, menor é a quantidade de ATP fornecida por uma molécula do substrato. Apresentaremos os substratos por ordem de tempo e de quantidade de ATPs fornecidos por molécula.

Apesar de os ácidos graxos fornecerem muita energia para cada molécula degradada, seu processo é lento, fazendo com que sejam responsáveis pelo fornecimento de energia em atividades de longa duração, como uma maratona!

A forma mais rápida de ressíntese do ATP é através da fosfocreatina. A fosfocreatina é uma molécula de creatina ligada a um íon fosfato. Quando necessário, a fosfocreatina perde esse íon, transferindo-o para um ADP e formando um novo ATP. Essa forma de ressíntese de ATP tem apenas uma reação química envolvida, porém fornece apenas um ATP por molécula de substrato.

O segundo substrato utilizado para a ressíntese do ATP é o glicogênio muscular ou a glicose livre, e a via utilizada para a formação de novos ATPs a partir da glicose é a via glicolítica, que pode ou não entrar na mitocôndria e fazer funcionar o ciclo de Krebs. Quando a via glicolítica acontece apenas no citoplasma da célula muscular, ela produz dois ATPs e depende de apenas 11 reações. Por outro lado, quando ela acontece no citoplasma e na mitocôndria, produz aproximadamente 38 ATPs, mas depende de mais de 20 reações químicas.

Por último, temos o ácido graxo como o maior fornecedor de ATPs por molécula de substrato do nosso organismo. Uma única molécula de ácido graxo é capaz de fornecer mais de 90 ATPs, dependendo do tipo de ácido graxo em questão. Por outro lado, esse é o processo mais lento para o fornecimento de ATP e depende de diversas reações químicas para chegar aos ATPs prontos.

 

Em determinadas situações, como jejuns ou dietas muito restritas, há ainda a utilização de proteínas como substrato energético. Essa não é a função principal da proteína no organismo, mas acontece pela falta de glicose no sangue, que prejudica o funcionamento cerebral. Como as gorduras não podem ser transformadas em glicose, o corpo utiliza as proteínas para esse fim. Esse uso da proteína não deveria acontecer, tendo em vista que as proteínas fazem parte da estrutura do organismo. Por isso, é bastante importante que as pessoas, principalmente aquelas que praticam atividade física, se mantenham alimentadas durante o dia.


Portal   -   Fale Conosco

Copyright © 2000-2025. Portal Clickideia ® - Todos os Direitos Reservados