A questão palestina
Um dos lugares mais problemáticos do mundo, do ponto de vista de conflitos territoriais, é uma pequena e desértica faixa de terra, que se estende ao longo do mar Mediterrâneo entre o Líbano e o Egito.
Há mais de cinquenta anos, a Palestina tem sido objeto de disputas territoriais cuja essência é tão antiga quanto a própria terra. Os dois povos que brigam violentamente entre si pelo território também são, ambos, profundamente ligados a ele: árabes e judeus.
No início da era Cristã, há muito tempo já vivia na Palestina um povo chamado de hebreu. Nessa época, os romanos expulsaram os hebreus da Palestina, e eles se espalharam pelo mundo num movimento que ficou conhecido como Diáspora. Foi então que eles passaram a ser chamados de judeus – hoje eles preferem ser denominados apenas de israelenses.
Depois da dispersão dos judeus, entre os séculos VII e XV, os árabes (que estavam em movimento de expansão) passaram a ocupar a região, se estabelecendo ali primeiro sob o Império Otomano e, depois, sob o protetorado da Inglaterra. Esses árabes são também chamados de palestinos.
Assim, tanto árabes como judeus alegam ter direito sobre a Palestina; os judeus se baseiam em direitos históricos, e os árabes justificam-se pelo direito adquirido através da longa ocupação da região.
Durante muito tempo, os judeus, espalhados pelo mundo, acalentaram o sonho de ter o seu próprio território, até que em fins do século XIX surgiu, na Europa, um movimento que elegeu a antiga pátria dos hebreus (a Palestina) como esse território. Esse evento ficou conhecido como movimento sionista ou sionismo.
Nesse tempo, a Inglaterra dominava a região, e passou a permitir a entrada de judeus na Palestina. A partir de então, passaram a ocorrer conflitos entre os colonos judeus que chegavam e os árabes palestinos que já estavam ali. A situação agravou-se com a II Guerra Mundial, quando o fluxo migratório dos judeus aumentou, devido a perseguição dos nazistas.
Com o final da guerra, a Inglaterra perdeu o domínio sobre seus protetorados (Transjordânia, Iraque e Palestina) e retirou-se desses territórios, de modo que a situação entre árabes e judeus se tornou ainda pior. Coube, então, à recém-criada ONU, tentar solucionar a situação, e o fez dividindo a Palestina entre árabes e judeus, na chamada Partilha da Palestina, em 1947; em 1948 foi criado o Estado judeu: o Estado de Israel.
Tal partilha nunca foi aceita pelos árabes e, desde então, a região afunda num mar de sangue e violência.