Saiba Mais: Os vulcões são previsíveis?
Cientistas estimam que até as primeiras décadas do século XXI, mais de 500 milhões de pessoas viverão em risco devido a vulcões.
Mas será que é possível prever com antecedência as erupções dos vulcões?
A placa tectônica de Nazca, sob o oceano Pacífico, está deslizando para debaixo do continente sul-americano. De acordo com a teoria mais aceita, a placa de Nazca está derretendo na medida em que penetra na camada rochosa inferior.
A rocha fundida resultante (magma), é menos densa e vai subindo, atravessando a crosta e criando vulcões ao longo da costa pacífica da América do Sul, como você viu no mapa. Os vulcões localizados nas zonas críticas (como o sudoeste asiático, por exemplo) compõem cerca de 400 dos 500 vulcões ativos no planeta e são esses que tendem a apresentar as erupções mais violentas.
Os cientistas acreditam que isso acontece porque tais vulcões contêm magma, que é altamente viscoso e se solidifica facilmente, bloqueando o caminho para a superfície.
A pressão por trás desses bloqueios vai aumentando até o magma solidificado ceder, resultando numa erupção violenta.
Para os especialistas, detectar os riscos de erupções vulcânicas pode ser mais fácil que prever a ocorrência de terremotos. A razão para isso é que o magma libera gases como vapor d’água, dióxido de carbono e dióxido sulfúrico; a pressão enorme mantém os gases em solução a grandes profundidades, mas à medida que as rochas derretidas correm para a superfície antes de uma erupção, a pressão se reduz e o gás liberado atinge a superfície primeiro, como um sinal.
De acordo com essa ideia, os tipos e a quantidade de gases que atingem a superfície são importantes para prever, tanto a própria erupção, quanto o tempo para que ela aconteça e sua potência.
Alguns gases se dissolvem mais facilmente do que outros, sendo liberados do magma a pressões diferentes. Quando uma grande quantidade de magma está subindo em direção à superfície, os gases menos solúveis devem começar a se soltar do magma primeiro – o CO2, por exemplo, é menos solúvel do que o dióxido sulfúrico, de modo que escapa a uma pressão mais alta e, portanto, a profundidades maiores. Teoricamente, se o magma começa a subir a partir de uma câmara situada entre 15 e 30 quilômetros abaixo do vulcão, os cientistas detectariam rapidamente um aumento nas emissões de CO2 no ar; à medida que o magma se aproxima da superfície, é a vez do SO2 começar a evaporar.
O tempo entre a evaporação de um e de outro gás pode ajudar os cientistas a preverem a profundidade de onde vem o magma e, a partir daí, calcular o tempo e a potência da erupção.